O que explica o fenômeno das lagoas cristalinas nos Lençóis Maranhenses

Um dos cenários mais surreais do país desafia as expectativas sobre clima, geografia e paisagem são as lagoas cristalinas no meio do deserto brasileiro.

Por: minhaviagemparis.com.br

Imagine caminhar por um deserto branco, de dunas que se estendem até onde os olhos alcançam — e, de repente, dar de cara com uma lagoa de água doce, cristalina, morna e absolutamente convidativa.

Esse é o tipo de surpresa que o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, no nordeste do Brasil, reserva a seus visitantes. Embora muitos pensem se tratar de um deserto, esse fenômeno natural desafia qualquer classificação simples.

O que explica a existência de água doce em meio a um mar de areia? E por que esse cenário tão improvável só existe por alguns meses do ano?

Um deserto que não é um deserto

Apesar da aparência, os Lençóis Maranhenses não são considerados tecnicamente um deserto. A região recebe uma média anual de 1.200 a 1.600 mm de chuvas, especialmente entre os meses de janeiro e junho. Essa quantidade de água é bem superior à registrada em desertos típicos, como o Saara.

A topografia das dunas, formada por areias brancas e finas trazidas pelo vento ao longo de milhares de anos, cria bacias naturais onde a água da chuva se acumula. O resultado é um conjunto de lagoas temporárias, algumas delas com até 3 metros de profundidade, que se formam entre junho e setembro, período considerado o auge da beleza do parque.

Biodiversidade em terreno inóspito

Mesmo com seu aspecto inóspito, os Lençóis abrigam uma fauna surpreendente. Peixes como o trajeto, por exemplo, sobrevivem nas lagoas por meio de um curioso mecanismo: seus ovos ficam adormecidos na areia seca durante meses e eclodem apenas quando as chuvas voltam.

Além disso, aves migratórias, répteis e insetos fazem parte de um ecossistema único, adaptado a essas condições extremas de umidade sazonal.

A ciência por trás do espetáculo

Pesquisadores que estudam o parque apontam que o fenômeno das lagoas é resultado de uma combinação rara de fatores: clima equatorial úmido, ventos constantes do oceano Atlântico, solos arenosos altamente permeáveis e lençóis freáticos rasos.

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