O outro lado de Cancún: o que esconde o destino mais famoso do Caribe?
Na superfície, Cancún é o que parece: mar azul-turquesa, areia branca e sol praticamente garantido o ano todo.
Por: minhaviagemparis.com.br
Mas por trás desse cenário que figura entre os mais fotografados do mundo, há uma trama de história, geopolítica, mudanças ambientais e culturais que ajuda a explicar por que esse ponto no litoral do México se transformou, em poucas décadas, de vila de pescadores a símbolo global do turismo tropical.
Nos anos 1970, o que hoje é conhecido como Zona Hoteleira de Cancún era, basicamente, um banco de areia com vegetação densa e nenhuma infraestrutura turística. O governo mexicano, em um projeto ambicioso de desenvolvimento regional, escolheu a área como aposta estratégica para impulsionar o turismo internacional.
O resultado foi um modelo de cidade planejada voltada exclusivamente para o turismo, algo raro na América Latina. Em pouco tempo, resorts de luxo, estradas e aeroportos mudaram completamente a paisagem.
O crescimento foi tão intenso que, entre 1980 e 2020, a população da cidade saltou de cerca de 30 mil para mais de 800 mil habitantes — a maioria vinda de outras partes do México em busca de oportunidades.
Pouca gente sabe, mas Cancún e seus arredores estão enraizados em uma das civilizações mais complexas das Américas: os maias. Ainda hoje, ruínas como El Rey, dentro da própria Zona Hoteleira, ou a grandiosa Chichén Itzá, a poucas horas de carro, revelam a sofisticação arquitetônica e astronômica desse povo.
Mais do que pontos turísticos, esses sítios arqueológicos servem como lembretes de uma história milenar que, embora muitas vezes eclipsada pelo apelo do turismo de massa, continua viva na cultura local — inclusive no idioma, na culinária e nas práticas espirituais que ainda resistem em comunidades da Península de Yucatán.